IBGE divulga dados do Censo de Paquetá, ensaio para o nacional de 2022

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga neste sábado (16) os resultados preliminares do teste do Censo Demográfico 2022 na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro. Esse é o primeiro local do Brasil que participa do estudo, que serve como um ensaio para a pesquisa oficial prevista para o ano que vem, quando deverá ser feita em todos os estados, municípios e bairros brasileiros.

O Censo é executado a cada dez anos e está previsto em lei. No ano passado, no entanto, a pesquisa não foi realizada devido à pandemia do coronavírus e a questões orçamentárias. Durante o teste, a abordagem à população foi feita seguindo protocolos de segurança e realizada de três formas diferentes, que também serão usadas no estudo oficial do ano que vem: presencial, por telefone ou por internet.

Os resultados das entrevistas, feitas entre os dias 06 e 24 de setembro por 12 recenseadores, apontam que a proporção de idosos em Paquetá teve uma alta de 8,5% em relação a 2010, quando foi realizado o último Censo Demográfico. Hoje, dos 3.612 habitantes da ilha, 31,6% têm mais de 60 anos. Já há 11 anos, dos 3.361 moradores, 23,1% pertenciam ao grupo.

O índice de idosos na Ilha de Paquetá é bem mais alto que a média do país e também do estado do Rio. No Brasil, a porcentagem é de 17,7% e, no território fluminense, de 14,7%, segundo as projeções do IBGE para 2021.

Enquanto isso, o bairro carioca também teve aumento dos potenciais eleitores, ou seja, pessoas com 16 anos ou mais. Hoje, 85,4% dos moradores estão aptos a ir às urnas, enquanto em 2010, eram 81%.

Já em relação ao perfil da população, as mulheres seguem sendo maioria na Ilha. De todos os habitantes, 53,6% são do sexo feminino, contra os 51,53% de 11 anos atrás.

A equipe do IBGE visitou, ao todo, 2.774 construções no bairro carioca. No entanto, somente 55,9% unidades são domicílios particulares permanentes, ou seja, endereços usados com o objetivo de moradia. Já das outras unidades, 24% são domicílios de uso ocasional, utilizados para fins de semana, férias e trabalho. Outros 6% são estabelecimentos, como restaurantes, escolas e igrejas e 13,6% estão vagos.

Em média, são 2,3 pessoas morando em cada domicílio. O rendimento médio dos responsáveis pela residência é de R$ 3.613,47 por mês. No entanto, metade dessas pessoas têm salário igual ou inferior a R$ 2.300,00.

Na maior parte das casas situadas em Paquetá (96,3%) os moradores preferiram ser entrevistados presencialmente, outros 0,9% por telefone e também 0,9% de forma online. Entre os domicílios ocupados, somente em 2% deles não foi possível realizar a abordagem. Os fatores foram a dificuldade de encontrar o morador (0,77%) ou recusas explícitas (1,16%) para participar do teste.

Infraestrutura

Além das entrevistas, a equipe do IBGE fez um levantamento das condições das ruas e vias próximas aos domicílios, prática que também já é feita nos censos demográficos. Os dados mostram que quase 30% (29,2%) das moradias estão localizadas em vias sem presença de bueiro ou bocas de lobo, responsáveis pelo escoamento da água da chuva.

Enquanto isso, 93,5% dos domicílios têm acesso à Rede Geral de Distribuição de água. Já 84,9% dos domicílios estão em ruas com espaço para passar caminhão, ônibus e outros veículos de carga e 89,2% têm presença de calçadas. Em relação ao florestamento, cerca de 72% das casas e apartamentos tem o entorno arborizado.
Escolha de Paquetá

Com uma área de 1,216 km² e densidade demográfica de 2.970 habitantes/km², a Ilha de Paquetá foi escolhida para ser o local da testagem porque mais de 85% da população já estava com esquema vacinal completo contra o novo coronavírus, após a campanha de vacinação em massa realizada no bairro. A proximidade a 50 minutos de navegação da sede do IBGE também foi um motivo que contribuiu para a escolha, já que houve a redução dos custos operacionais.

De acordo com o instituto, entre os objetivos do teste estão a calibragem de equipamentos, ambientação sobre a operação e a mobilização das equipes e da opinião pública.

Orçamento para o Censo 2022

Para o ano que vem, o orçamento para o Censo Demográfico ainda está indefinido. Anteriormente, a União havia destinado R$ 2 bilhões para a realização da pesquisa, contudo, o IBGE informou que o valor não era suficiente. Diante da situação, o estado do Maranhão provocou o Supremo Tribunal Federal (STF) e, em maio, por dez votos a um, ficou decidido que o Poder Executivo deve assegurar obrigatoriamente os recursos que garantam o Censo 2022.

Na última quinta-feira (14), a Advocacia Geral da União (AGU) informou ao STF que o Ministério da Economia encaminhará ao Congresso Nacional um pedido de ampliação do orçamento, para R$2,929 bilhões. Esse valor foi estimado pelo IBGE para garantir a realização do Censo 2022.

O STF, então, deu um prazo de cinco dias, a partir da quinta-feira, para que o IBGE e o estado do Maranhão se manifestem sobre o novo valor proposto pela União.

Em nota, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirmou que a complementação do orçamento demonstra a importância da sintonia entre o Executivo, Legislativo e Judiciário no sentido da realização do Censo 2022, beneficiando a população brasileira.

As informações são da CNN.

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