Governador diz que enchente “é o maior desastre natural da história da Bahia”

Há semanas embaixo d’água, a Bahia tem quase 80 cidades em situação de emergência.

Em entrevista à CNN, o governador do estado, Rui Costa falou que “esse é o maior desastre natural da história da Bahia.”

Ele lembra a enchente do Rio Cachoeira, que ocorre em 1967 e também alagou algumas cidades do Sul do estado, “mas desta vez a proporção é gigantesca”, destaca o governador.

“Hoje nós totalizamos 77 cidades com decreto de emergência reconhecido que têm casas embaixo d’água.”

Segundo ele, mesmo após semanas de chuva, ainda há locais isolados, principalmente em zonais rurais, em pontos altos. “Essa região [Sul da Bahia] tem muita serra, têm muitos morros. Nos locais de difícil acesso, não é possível chegar.”

Ele explica que fez um sobrevoo por algumas cidades e não conseguiu completar percurso porque a visibilidade ficou prejudicada devido à chuva – que deve permanecer até quarta-feira (29).

“Temos locais ainda com muita água, exemplo da cidade de Dário Meira. Aqui em Itabuna e Ilhéus as águas já baixaram, agora a gente pode quantificar os estragos.

Rui Costa comenta que os estragos já podem ser vistos. Segundo ele, “milhares de casas precisarão ser reconstruídas, casas que estão no chão.”

Além disso, ele aponta os estragos das barragens que já foram rompidas. “Elas são pequenas ou médias e estão em áreas rurais.”

De acordo com ele, o maior problema é a sequência das barragens e do fluxo da água “quando uma se rompe, as outras que estão jusantes [lado em que vaza a maré] não suportam a carga e vão rompendo em série, o que provoca uma grande onda de destruição.”

Costa também diz que, parte da população de algumas regiões resistiu a recomendação de resgate – desacreditando do risco de enchente, por conta do baixo nível de chuva – e tiveram que ser retiradas compulsoriamente.

“Às vezes, pessoas que estão com a água no ombro estão resistindo a sair de suas casas”, disse.

O governador também relata que a prioridade é resgatar pessoas que estão correndo risco de vida.

Ele faz um apelo àqueles que tiveram que sair de suas casas para não voltarem.

“Tenha cautela ao voltar. Eu estou orientando os prefeitos para colocarem as equipes na rua para não permitir o retorno às casas que tenham estrutura frágil.”

Sair da versão mobile