Globo defende Mônica Waldvogel após críticas por fala sobre ligação do PT com o Hamas

Monica waldvogel PT

A jornalista sugeriu uma suposta lidação entre o partido e o grupo palestino (Reprodução)

Após críticas nas redes sociais, a Globo defendeu a jornalista Mônica Waldvogel, que nesta segunda-feira (9), falou no Em Ponto, da GloboNews, sobre uma suposta ligação entre o PT (Partido dos Trabalhadores) e o Hamas. O grupo terrorista atacou Israel no sábado (7) e desencadeou uma troca de ataques na região do Oriente Médio.

Durante a cobertura sobre o conflito, a âncora do matinal afirmou que esse suposto vínculo entre o partido e o grupo terrorista é o que teria levado o governo brasileiro -liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, que é do PT- a não repudiar diretamente os ataques do grupo.

“Um dos pontos que chamaram a atenção foi o fato de que o governo brasileiro procurou não mencionar o nome do grupo Hamas. Há relações de parte do Partido dos Trabalhadores, de encarar como resistência, por causa do fato de que não há negociações para oferecer o melhor status para a Palestina”, disse a jornalista.

O vídeo viralizou. Nomes ligados à esquerda na internet criticaram a fala e afirmaram ser uma notícia falsa. Nos bastidores, deputados do PT também se queixaram com jornalistas do canal de notícias da Globo em Brasília.

Procurado pelo F5, o PT não se pronunciou sobre a afirmação de Mônica Waldvogel. Já a Globo diz que não houve erro e que a informação é verdadeira.

Segundo a emissora, em 2021, alguns deputados do PT divulgaram um manifesto defendendo o Hamas como resistência a Israel, que não negociaria para que o povo palestino tivesse paz.

A emissora diz que a apresentadora vai voltar ao assunto na próxima edição do programa, na terça-feira (10), para explicar o que quis dizer.

Veja o comunicado da Globo na íntegra:

“Amanhã, no Em Ponto, Mônica Waldvogel vai reiterar que se referiu, não ao PT como um todo, mas a um manifesto assinado, em 2021, por representantes do partido.

Nele, os signatários afirmam que:

‘Resistência não é terrorismo!

Todo apoio ao povo palestino na luta por legítimos direitos. Os parlamentares, entidades e lideranças brasileiras que subscrevem este documento, expressam o seu profundo descontentamento à declaração da secretária do Interior da Inglaterra, Priti Patel, que atribuiu ao Movimento de Resistência Islâmico – Hamas, a designação de ‘organização terrorista’, alegando falsamente que o Movimento palestino seria ‘fundamentalmente e radicalmente antissemita’.

Este posicionamento representa uma extensão da política colonial britânica, em desacordo com a posição da maioria do povo da Inglaterra, que se opõe à ocupação israelense e aos seus crimes. Seu objetivo é claro: atingir a legítima resistência palestina contra a ocupação e o apartheid israelense, numa clara posição tendenciosa em favor de Israel e tornando-se cúmplice das constantes agressões aos palestinos e aos seus direitos legítimos.

O direito à resistência assegurados pelo Direito Internacional e Humanitário, pela Carta das Nações Unidas e por diversas Resoluções da ONU, entre elas as de nº 2.649/1970, 2.787/1971 e 3103/1974, reiterando o direito de todos os povos sob dominação colonial e opressão estrangeira de resistir ao ocupante usurpador e se defender.

A resistência é um legítimo direito dos palestinos contra a ocupação e as reiteradas violações dos direitos humanos, bem como os crimes de guerra. Direito que os palestinos não abrem mão e para o qual, contam com o nosso apoio e solidariedade à sua causa de libertação e pelo seu Estado nacional palestino.

Mônica vai informar também que, no site do programa, os assinantes poderão encontrar os nomes dos seguintes deputados do PT que assinaram o manifesto:

Deputado Zeca Dirceu (PT-PR)

Deputado Paulo Pimenta (PT-RS)

Deputado Alexandre Padilha (PT-SP)

Deputada Érika Kokay (PT-DF)

Deputada Professora Rosa Neide (PT-MT)

Deputado Enio Verri (PT-PR)

Deputado Helder Salomão (PT-ES)

Deputado Nilto Tatto (PT-SP)

Deputado Padre João (PT-MG)

Deputado Paulão (PT-AL).”

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