Estrategista de Trump e Bolsonaro é condenado nos EUA

Um dos principais estrategistas da eleição de Donald Trump, nos EUA, e de Jair Bolsonaro, no Brasil, o assessor político Steve Bannon foi condenado por um júri no tribunal de Washington, DC. Ele foi acusado de desacato ao Congresso, por se recusar a receber uma intimação para testemunhar perante o comitê liderado por parlamentares do Partido Democrata e republicanos opositores de Trump, também chamado de Comitê de 6 de janeiro.

O comitê investiga o motim pró-Trump no Capitólio em janeiro do ano passado. O réu chamou o processo contra ele de “show trial” (drama jurídico).

Bannon foi condenado nesta sexta-feira (22) por duas acusações de contravenção, com o júri levando três horas para chegar ao veredicto. Os advogados de Bannon não montaram uma defesa, e o próprio Bannon sorriu quando o veredicto foi lido para ele, segundo destacou reportagem da CNN.

O assessor político foi acusado por um grande júri em novembro passado depois que ele falhou em produzir documentos solicitados pelo Comitê de 6 de Janeiro, um grupo de parlamentares anti-Trump. O grupo busca evidências da culpa do ex-presidente norte-amercano no motim do Capitólio, que eles têm chamado de “insurreição”. Bannon também não compareceu perante o comitê.

Ele insistiu que suas conversas com Trump antes do motim foram cobertas pelo privilégio executivo de Trump. Sua equipe jurídica argumentou que ele estava em negociações com o comitê sobre os documentos solicitados.

O próprio Trump ridicularizou o Comitê de 6 de Janeiro como “hacks políticos” (alusão a comédia dramática de TV), e em um discurso fora do tribunal no início desta semana. Já Bannon zombou do “julgamento” contra ele.

Com apenas duas testemunhas do governo dos EUA contra ele, um funcionário da Câmara e um agente do FBI que comentaram em suas postagens nas redes sociais, Bannon condenou os membros do comitê “por não terem coragem de aparecer aqui e dizer exatamente porque [cometi um] crime … eles devem estar aqui hoje.”

Os promotores argumentaram que o caso era simples. “Quando chegou a hora, ele não queria reconhecer a autoridade do Congresso ou jogar pelas regras do governo”, disse a procuradora assistente dos EUA Molly Gaston disse em sua declaração final ao júri.

Bannon não é o único associado de Trump a desafiar as intimações do comitê. Peter Navarro, um conselheiro econômico da campanha de Trump e funcionário comercial na Casa Branca, está enfrentando acusações de desacato em novembro deste ano, enquanto o ex-chefe de gabinete da Casa Branca Mark Meadows se recusou a comparecer perante o comitê, mas não foi acusado.

Ex-banqueiro de investimentos e co-fundador da Breitbart News, Bannon tornou-se o CEO da campanha presidencial de Trump em 2016 e passou a servir como conselheiro sênior nos primeiros oito meses da presidência. Ele foi condenado por fraude em 2020, perdoado por Trump em 2021, e atualmente apresenta um podcast.

As informações são do Diário da Guanabara.

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