“Estamos chocados”, diz representante dos direitos humanos da ONU sobre operação no RJ

Porta-voz da agência destaca o fato de a maioria das 25 vítimas serem negras e pede reparação às famílias

O escritório de direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) no Brasil declarou nesta quarta-feira (25) estar “chocado” pela operação policial que deixou ao menos 25 mortos, na região da Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro.

Em comunicado enviado à CNN, a porta-voz da entidade, Liz Throssell, destacou o fato da maioria das vítimas identificadas serem negras, “assim como é em 80% das operações policiais tão mortais quanto, de acordo com estudos sobre o histórico de operações no Rio de Janeiro”.

Ela pontua que as Nações Unidas estão cientes da abertura de investigação por parte das autoridades sobre as mortes, e “particularmente para avaliar a legalidade e a proporcionalidade do uso da força pela polícia”.

“Pedimos às autoridades brasileiras que conduzam uma investigação de maneira completa, objetiva e oportuna para garantir a responsabilização e reparação das vítimas e familiares”, afirmou a porta-voz.

“É fundamental que as autoridades cumpram a ordem do Supremo Tribunal Federal de implementar um plano para reduzir as mortes em operações policiais, em especial equipando os batalhões de operações especiais com câmeras corporais”, acrescentou.

A porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU concluiu dizendo que a agência encoraja “fortemente” o Brasil a tomar medidas para combater o racismo estrutural.

25 mortes

A operação realizada na regiçao da Vila Cruzeiro deixou 25 mortos até esta quarta-feira (25). Segundo a Polícia Militar (PM), o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) fizeram a ação conjunta.

O objetivo, segundo a corporação, era prender lideranças criminosas escondidas na Vila Cruzeiro, inclusive pessoas que vieram de outros estados, como Amazonas, Alagoas e Pará.

 

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