Eduardo Bolsonaro rebate acusação de nazismo e chama presidente da CPI de pedófilo

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chamou o presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM) de pedófilo. A acusação foi feita em uma publicação nas redes sociais do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O 03 referia-se a uma fala de Omar Aziz durante a sessão da última terça-feira (03) da CPI, quando ele se referiu ao encontro entre o presidente e uma parlamentar alemã ultraconservadora, neta de um ex-ministro de Adolf Hitler durante o regime nazista.

“Agora, faz diferença sim a nossa atuação aqui para que mais de 555.000 vidas que já se perderam não fiquem impunes”, declarou Aziz. “Diferente, às escondidas o presidente recebe uma deputada nazista, afrontando a Constituição brasileira, afrontando a nossa democracia, afrontando o Holocausto, afrontando o Exército brasileiro, que lutou contra o nazismo”.

E completou: “E aí ninguém abre a boca aqui para falar. Nós temos que respeitar o povo judeu”.

Eduardo Bolsonaro reagiu nesta quarta-feira (04) e escreveu nas redes sociais: “Pelo raciocínio de Omar Aziz, se a deputada alemã Beatrix von Storch é nazista por conta de seu avô, então os netos de Omar seria pedófilos?”

O filho do presidente ainda compartilhou um vídeo, em que ele juntou a fala de Omar Aziz e uma fala de Beatrix von Storch. Segundo Eduardo Bolsonaro, na fala da parlamentar, ela defende que a Europa se aproxime de Israel e lute contra grupos terroristas, como o Hezbollah.

Repúdio de instituições judaicas

Foto do encontro entre Bolsonaro e Beatrix von Storch foi compartilhada pela alemã nas redes sociais (Foto: Reprodução)

Diversas instituições judaicas repudiaram o encontro entre Bolsonaro e a parlamentar alemã. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) lamentou que uma política alemã, representante do partido Alternativa para a Alemanha, tenha sido recebida em Brasília. Beatrix von Storch se encontrou com parlamentares bolsonaristas, como Bia Kicis (PSL-DF) e Eduardo Bolsonaro (PSL-DF).

Em nota, a Conib não citou os deputados que encontraram von Storch, mas caracterizou o partido alemão como “extremista, xenófobo, cujos líderes minimizam as atrocidades nazistas e o Holocausto”.

“O Brasil é um país diverso, pluralista, que tem tradição de acolhimento a imigrantes. A Conib defende e busca representar a tolerância, a diversidade e a pluralidade que definem a nossa comunidade, valores estranhos a esse partido xenófobo e extremista”, declarou a entidade.

Outras entidades judaicas se juntaram para repudiar o encontro entre Jair Bolsonaro e outros parlamentares bolsonaristas com a política alemã Beatrix von Storch. Para diversos coletivos formados por judeus, a reunião representa um alinhamento com um “nacionalismo violento e excludente, que ignora minorias, o desenvolvimento sustentável e a democracia”.

Para as entidades signatárias da nota, não há coincidência nas associações entre Bolsonaro e o neonazismo. “Esse encontro é mais um episódio lamentável dentre tantos que indicam que as associações entre o presidente e seus apoiadores com movimentos supremacistas e neonazistas não são mera coincidência, e sim concordância ideológica”, afirma.

“Nesse caso especificamente, destacamos que ele significa o engajamento com a intolerância a refugiados e outras minorias e o revisionismo histórico em relação ao Holocausto, pautas caras e inegociáveis para as entidades progressistas da comunidade judaica.”

As informações são do Yahoo.

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