Caos na CPI da covid leva à disparada do dólar que volta a bater R$ 5

O preço do dólar no mercado à vista voltou a orbitar acima da barreira psicológica dos R$ 5. Fechou esta quinta-feira cotado a R$ 5,0448, em alta de 1,45%. Em junho, depois de mais de um ano, a moeda americana havia voltado a ser vendida abaixo da barreira psicológica, com ajuda dos juros em alta.

A aversão ao risco no mercado nacional desta sessão, na contramão do ritmo positivo no exterior, aconteceu no lastro da CPI da covid-19.

O mercado já andava desgostoso com a proposta de reforma tributária apresentada pelo governo na sexta-feira passada. E vai acentuando a busca por proteção conforme vai se desenrolando o dia confuso das investigações no Senado.

Foi recebido pelos senadores o acusador a que se deu ouvidos na “Folha de S.Paulo”. Ao veículo, o policial militar (PM) Luiz Paulo Dominguetti acusou o governo Bolsonaro cobrar de propina de US$ 1 por vacina para fechar contratos.

A proposta teria sido feita a ele, que se apresenta como vendedor da empresa Davati Medical Supply, pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.

Mas eis que, nesta quinta, Dominguetti mudou o foco de sua artilharia na sessão. Ele trouxe à baila o nome do deputado Luis Miranda. Dias antes, o parlamentar acusou na CPI o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, de tentar comprar de maneira superfaturada imunizantes indianos da Covaxin.

De acordo com o PM, Miranda teria procurado a Davati para negociar pessoalmente a compra de vacinas. E chegou a exibir um áudio em que, segundo ele, a afirmação ficaria provada.

Miranda, por sua vez, pediu a prisão de Dominguetti, alegando que mentira em CPI dá cadeia. Cristiano Alberto Carvalho, presidente da Davati no Brasil, defendeu o deputado.

E a oposição, que apostava fichas contra o governo no PM, passou a acusar o cabo de ter sido plantado pelo presidente Jair Bolsonaro e asseclas para tumultuar. O celular dele foi apreendido para averiguação.

Você entendeu alguma coisa? O mercado tampouco, e foi correndo atrás de proteção enquanto não se sabe ao certo o que pode respingar no presidente Jair Bolsonaro.

O temor prático de investidores é que, acusado, o presidente intensifique medidas danosas às contas públicas na tentativa de estancar eventual aprofundamento de queda na popularidade.

As informações são do Valor Investe.

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