Brasil aprova primeira injeção contra HIV

A Anvisa aprovou o uso da primeira injeção que previne infecções pelo HIV no Brasil, o Cabotegravir. O remédio injetável precisa ser reaplicado a cada 2 meses

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Anvisa aprova Cabotegravir, primeiro medicamento injetável para prevenção do HIV. (Divulgação GSK / Unsplash)

A primeira injeção que previne infecções pelo HIV foi aprovada no Brasil. Diferente de uma vacina, o Cabotegravir é um remédio injetável que precisa ser aplicado regularmente, com um intervalo de dois meses entre as doses. Durante o período de uso, é reduzido o risco de infecção pelo vírus da AIDS, mas o paciente ainda pode contrair outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), o que reforça a importância do uso de preservativos.

Dentro da saúde, o remédio injetável é parte de uma estratégia conhecida como PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), usada na prevenção do HIV. Inclusive, a injeção com antivirais preventivos já está autorizada em outros países e, mesmo no Brasil, alguns indivíduos já usavam a medicação, como participantes de estudos clínicos. É o caso do Centro de Referência e Treinamento em DST/AIDS, em São Paulo.

Anvisa aprova injeção para impedir o HIV

Baseada nos dados internacionais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da primeira injeção contra o HIV na semana passada. A partir de agora, a medicação poderá ser prescrita para outros pacientes, sem associação direta com a pesquisa.

Produzido pela farmacêutica britânica GSK, o remédio Cabotegravir ainda não teve o seu preço definido no mercado brasileiro. É possível que, em breve, seja incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS), que disponibiliza de forma gratuita os melhores tratamentos contra a doença no Brasil.

Cabotegravir contra o HIV: quando usar?

Como um tipo de PrEP, o uso da injeção deve ser direcionado para indivíduos com maior risco de infecção pelo HIV. Nesses casos, é interessante pensar em comportamentos de risco, como múltiplos parceiros sexuais, sexo desprotegido ou ainda uso de drogas injetáveis.

Se o infectologista considerar o paciente apto para receber a medicação injetável, ele deve tomar as duas primeiras injeções com quatro semanas de intervalo. Em seguida, o tratamento preventivo segue para uma injeção a cada oito semanas (dois meses). Em todos os casos, o ideal é que a aplicação seja intramuscular, na região dos glúteos.

Outras formas de PrEP contra a Aids

Para além do uso da nova PrEP injetável, já existem outros tratamentos para quem têm alto risco de exposição para o HIV, como o caso dos comprimidos diários ou semanais — veja que, aqui, ainda estamos falando sempre de prevenção, ou seja, pessoas que não convivem com o vírus da Aids. Através do SUS, as pessoas já conseguem obter medicamentos preventivos.

Uso do Cabotegravir no Brasil e no mundo

No mundo, os Estados Unidos foram um dos primeiros países a aprovar a PrEP injetável, ainda em 2021. No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a importância do Cabotegravir e passou a recomendar a medicação na prevenção da doença em casos específicos.

Ainda em 2022, a Fundação Oswaldo Cruz e a Unitaid, agência global de saúde ligada à OMS, anunciaram um acordo para a implementação da estratégia de prevenção do HIV no Brasil, através do SUS. Os planos devem ser acelerados, agora, com a aprovação formal da Anvisa.

Fonte: Agência Brasil e GSK

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