Bolsonaro ignora mortos no Alemão: ‘Você que se solidarize com essas pessoas’

O presidente Jair Bolsonaro (PL) se negou, nesta sexta-feira (22), a prestar solidariedade às vítimas da operação no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro, na véspera.

Bolsonaro só lamentou a morte do cabo Bruno de Paula Costa, a quem chamou de “irmão paraquedista”. Outras 18 pessoas morreram na ação policial. Entre as vítimas estão duas mulheres que passavam pela região —uma delas confirmada nesta sexta.

“Você que se solidarize com essas pessoas, tá ok?”, disse a jornalistas, quando questionado sobre as demais vítimas. O presidente visitava um posto de gasolina para celebrar a queda no preço dos combustíveis.

O chefe do Executivo disse ter ligado para a irmã do policial que trabalhava na UPP (Unidade de Polúcia Pacificadora) na região quando morreu durante a operação.

A ação, que começou no início da manhã, contou com 400 policiais do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), da Polícia Militar, e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), da Polícia Civil. Também foram utilizados dez blindados e quatro helicópteros.

Comandante do Bope, o tenente-coronel Uirá Nascimento afirmou que a operação foi necessária porque dados de inteligência indicaram que a quadrilha poderia se movimentar e cometer ações criminosas na cidade, como invasão de outras favelas e roubo a bancos.

Segundo ele, os bandidos estavam arregimentados com fardas militares similares às utilizadas pela PM e pela Polícia Civil para cometer atentados.

A polícia afirma que criminosos do Alemão estão praticando roubos de veículos, principalmente nas áreas dos bairros do Grande Méier, Irajá e Pavuna.

O presidente Jair Bolsonaro se negou, nesta sexta-feira (22), a prestar solidariedade às vítimas da operação no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Operação no Complexo do Alemão

Uma operação conjunta das polícias Militar e Civil no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, começou na manhã desta quinta-feira (21). A operação tem como objetivo combater o roubo de veículos, de carga e a bancos.

Ouvidor Geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, Guilherme Pimentel afirma que há 15 corpos na UPA e cinco no Hospital Estadual Getúlio Vargas. O número ainda não foi confirmado oficialmente pelas polícias ou pelas secretarias de Saúde.

No primeiro dia de operação, 18 pessoas foram mortas, entre elas o cabo Bruno de Paula Costa, baleado durante um ataque à UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Nova Brasília.

Letícia Salles, 50, foi atingida dentro de um carro na Estrada do Itararé, um dos acessos ao complexo de favelas. Ela morava no Recreio dos Bandeirantes, mas foi ao local visitar o namorado. Familiares afirmam que ela foi baleada no peito dentro do carro por policiais em um dos acessos à comunidade.

Outros 12 mortos já foram identificados pela Polícia Civil, de acordo com registros de ocorrência obtidos pelo UOL.

Durante todo o dia de ontem, moradores desesperados usaram carros particulares para levar corpos abandonados na comunidade para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do Alemão. Os mortos eram transportados enrolados em lençóis.

As informações são do Yahoo.

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