Bolsonaro faz novas ameaças ao STF ao citar 7 de setembro

Jair Bolsonaro assinou decreto em maio de 2019 que flexibilizou as regras para a compra de armas no Brasil (Foto: Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repetiu ameaças golpistas neste sábado (4). Falou em “ruptura que nem eu nem o povo deseja” e defendeu que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sejam “enquadrados” pela população. Sem citar nomes, atacou Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, também presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“O STF não pode ser diferente do Poder Executivo ou Legislativo. Se tem alguém que ousa continuar agindo fora das quatro linhas da Constituição, o poder tem que chamar aquela pessoa e enquadrá-la. Se assim não ocorrer, qualquer um dos três Poderes… A tendência é acontecer uma ruptura”, afirmou a apoiadores no estacionamento do polo comercial de Caruaru (PE).

“Ruptura essa que eu não quero nem desejo. Tenho certeza, nem o povo brasileiro assim o quer. Mas a responsabilidade cabe a cada poder. Apelo a esse poder, que reveja a ação dessa pessoa que está prejudicando o destino do Brasil”, discursou diante de centenas de apoiadores.

Bolsonaro se prepara para participar dos atos antidemocráticos de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na avenida Paulista, em São Paulo. Neste sábado, afirmou que as imagens das manifestações de seus apoiadores convocadas por ele serão “a marca do que o povo deseja”.

“Enquanto juristas ficam procurando quem é o poder moderador do Brasil, eu digo a todos eles: o poder moderador é o povo brasileiro”, disse o presidente.

“Temos um ou outro saindo da normalidade. Temos um ou dois jogando fora das quatro linhas da Constituição. Nós jogamos dentro das quatro linhas. Mas o povo, como poder moderador, não pode admitir que nenhum de nós jogue fora dessas quatro linhas”, prosseguiu Bolsonaro.

Na sexta-feira (3), em Tanhuaçu, sudoese baiano, o presidente afirmou que as manifestações da próxima terça-feira (7) servirão como um ultimato a ministros do STF: “Essas uma ou duas pessoas têm que entender o seu lugar. E o recado de vocês, povo brasileiro, nas ruas, na próxima terça-feira, dia 7, será um ultimato para essas duas pessoas”.

Na última terça-feira (31), em Uberlândia (MG), Bolsonaro afirmou que a população brasileira nunca teve uma oportunidade como a que terá com os atos do próximo dia 7 de Setembro. O presidente, porém, não deu detalhes sobre qual seria essa oportunidade e para fazer o que exatamente no feriado.

Já nesta quinta-feira (2), os presidentes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso mandaram alertas para rechaçar condutas autoritárias, e Bolsonaro disse que o Brasil “está em paz” e não precisa temer as manifestações.

Bolsonaro respondeu, em tom irônico, ao presidente do STF, Luiz Fux, que afirmou que o tribunal estará “vigilante” no feriado da Independência e que “liberdade de expressão não abrange violência e ameaça”.

Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que “não se negocia a democracia” e que qualquer “intervenção ou autoritarismo […] tem que ser rechaçado”. Com informações da Folha de S.Paulo.

As informações são do Yahoo.

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