Ataque de Jefferson a PF desorienta bolsonaristas

Os tiros disparados pelo ex-deputado Roberto Jefferson contra agentes da Polícia Federal ontem geraram um descompasso nas redes bolsonaristas. Levantamento da Arquimedes mostra a desorientação entre apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). Houve críticas à ação violenta, realizada contra policiais, grupo próximo ao bolsonarismo, mas também um recálculo de rota usando o episódio para se queixar de “censura”, tema que vem dominando o debate nas redes na última semana.

— Surge uma oportunidade de voltar com a pauta contra o TSE e o STF, alegando que fizeram isso com ele (Jefferson) porque tinha uma opinião diferente. E dialoga com a ideia de que ninguém quer que a Polícia Federal vá para a sua porta porque discorda de uma opinião — explica Pedro Bruzzi, sócio da Arquimedes.

Esse foi o caso do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que inicialmente criticou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, para, depois, afirmar que “não se atira em polícia”. A conta Te Atualizei, que soma 1,5 milhão de seguidores, repetiu o movimento ao questionar a prisão, mas discordou da atuação de Jefferson na situação.

Essa foi a estratégia desenhada por parcela expressiva das menções de bolsonaristas à prisão do ex-parlamentar — a base de apoio ao presidente representou 39,7% dos perfis que movimentaram o debate sobre o ocorrido, ainda de acordo com a Arquimedes. O levantamento mostrou que foram 578 mil menções a Roberto Jefferson entre 11h e 17h de ontem.

A discussão sobre censura ganhou destaque nas redes na última semana, diante de decisões recentes do TSE. O número de menções a censura disparou 265% no período entre 18 e 22 de outubro, ante cinco dias anteriores, segundo levantamento da Quaest — 59% foram negativas, que acusam o TSE de censura contra Brasil Paralelo e Jovem Pan, e o termo “censura prévia” foi um dos mais comentados no período. No intervalo de tempo, as seis hashtags de maior projeção nas redes foram as que criticavam a suposta censura, conforme dados coletados pelo Djiovanni Marioto, pesquisador do grupo de pesquisa em participação e comunicação política em democracia digital da UFPR.

As informações são do Yahoo.

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